O missionário Antônio Antunes, no dia 24 de Abril de 2019, apresentou o vídeo sobre Martinho Lutero.
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Parte 1
Martinho Lutero (ou Martin Luther) nasceu na
Alemanha em uma cidadezinha muito bonita chamada
Eisleben, na região da Saxônia, na época a
Alemanha era parte do Sacro Império Romano-Germânico.
Atenção! Não confundir o Sacro Império Romano-Germânico
com o antigo império romano dos tempos de Jesus Cristo!
O império em questão englobava Alemanha, Áustria, Norte
da Itália, parte da Polônia etc... Era o império alemão.
Lutero era filho de Hans Luder e Margarethe Lindemann.
Seu pai era arrendatário de minas de cobre. Não era
rico, era um homem de classe média. Lutero nasceu no
ano de 1483. Em 1501 (um ano após a descoberta do Brasil!)
Lutero ingressou na universidade de Erfurt com a idade
de 17 anos. Quatro anos mais tarde se formou em filosofia.
Em 1505, ao retornar da universidade para sua cidade
natal, quase foi fulminado por um enorme raio. Naquele
momento Deus deu um livramento ao jovem Lutero. O jovem
decidiu que iria se dedicar à religião, tornando-se
um monge católico da ordem de Santo Agostinho. Em 1507
foi nomeado sacerdote para a catedral de Erfurt.
Um ano mais tarde foi convidado para lecionar teologia
na recém criada Universidade de Wittenberg. Em outubro
de 1512 rebeu o título de doutor em Teologia.
Lutero estudou com profundidade o grego e o hebraico,
com finalidade de compreender melhor os versículos da
Bíblia. Em 1515 foi nomeado vigário geral da Saxônia,
região da universidade onde lecionava. Para quem não
sabe, o cargo de vigário geral é o de bispo auxiliar da
região de uma catedral.
Parte 2
Lutero ficou revoltado com os pecados cometidos pela
Igreja Católica da época. Ele se revoltou de tal modo
que passou para a ação de rebeldia contra o Papa.
Em 1516 o Papa Leão X queria reformar a basílica de
São Pedro em Roma, para arrecadar dinheiro rapidamente,
enviou o frade dominicano Johann Tetzel para vender
indulgências.
Você sabe o que são indulgências? Funcionava assim:
na praça pública um padre ouvia as pessoas sobre pecados.
O padre cobrava algumas moedas para em nome de Deus
perdoar os pecados! Além disso, cobrava moedas para
"libertar" os antepassados que estivessem no purgatório,
lugar medonho entre o céu e o inferno!
Era uma extorção, um abuso. As pessoas estavam
literalmente sendo enganadas por padres mal intencionados.
Martinho lutero decidu que não iria fechar os olhos
para tamanha safadeza!
Lutero escreveu então um texto pequeno chamado "As
95 teses". O texto se resumia a um pedaço de papel que
foi pregado na porta da igreja de Wittenberg em 31 de
outubro de 1517. Naquele momento nasceu o movimento
protestante cristão que iria modificar toda uma religião,
incluindo a própria igreja católica.
Cópias desta mensagem foram enviadas para toda a Alemanha,
causando um escândalo em todo o Império Romano-Germânico.
O papa naturalmente ficou furioso e mandou queimar
todos os panfletos e livros escritos por Lutero que
pudessem ser encontrados.
A consequência natural para um rebelde como Martinho
Lutero, seria um julgamento seguido de morte. Mas Deus
não permitiu. O rebelde cristão estava coberto de razão.
Lutero procurou em toda a Bíblia alguma parte que
justificava a venda de indulgências e chegou à conclusão
que a venda de indulgências era um pecado diabólico e
que ele não faria mais parte disso.
Lutero escreveu vários panfletos e usou a recém inventada
impressora de tipografia, assim poderia imprimir milhares
de panfletos com uma velocidade incrível. Os textos eram
muito bem escritos e tinham desenhos e ilustrações, como
se fosse uma revista primitiva. O movimento luterano
imediatamente adquiriu uma proporção enorme. Milhares
de cristãos revoltados se tornaram fiéis do novo
movimento.
Não existe intermediário entre o pecador e Deus. Quando
alguém se arrepende pela fé, quem perdoa é Deus. Ninguém
pode interceder. Temos um advogado eterno: Jesus Cristo.
Esse era o pensamento que fez de Martinho Lutero um
líder revolucionário da fé cristã.
Parte 3
Diante dos milhares de seguidores do novo movimento,
tornou-se impossível para o Papa Leão X enviar tropas
para capturar Lutero. O Vaticano em Roma pressionou o
Sacro Império Romano-Germânico para prender e entregar
o herege Martinho Lutero para autoridades católicas
para um ser encaminhado para um julgamento em Roma.
O príncipe da Saxônia Frederico III, conhecido como
Frederico, o Sábio interviu em defesa de Lutero.
Respondeu ao Papa que isso não era assunto do Vaticano,
mas questão exclusiva do Império Romano-Germânico.
Portanto, Lutero deveria ser julgado
pelo conselho de príncipes e não pelos cardeais de Roma.
O Papa publicou um documento conhecido como bula.
Nessa bula o Papa deixou claro que Lutero era uma
herege que foi excomungado da Igreja Católica. A partir
daquele momento o pai do movimento protestante estaria
com os dias contados para morrer numa fogueira.
O príncipe Frederico o Sábio fazia parte dos conselheiros
do império e também era simpatizante das
ideias de Martinho. O príncipe também era o fundador da
Universidade de Wittenberg, onde Lutero anos antes
obteve o título de doutor em teologia.
O Papa ficou satisfeito, pois anos antes um rebelde
cristão foi julgado e morto pelo conselho de príncipes
do Sacro Império Romano-Germânico. Na visão do Papa
Lutero certamento iria ser condenado, uma vez que o
imperador Carlos V era um católico fervoroso. Frederico o
Sábio fez de tudo para adiar o julgamento, mas em 1521
o imperador Carlos V determinou a realização do conselho
para a cidade de Worms. Tal evento ficou conhecido como
"A Dieta de Worms".
Parte 4
Frederico, o Sábio, obteve um salvo-conduto para que
nenhuma milícia católica atacasse Lutero durante a
viagem de carruagem para a cidade de Worms.
O Concelho de Príncipes era composto de príncipes
católicos e simpáticos à causa luterana. Na parte de
acusação foi enviado o teólogo Johann Eck. O acusador,
colocou sobre a mesa vários panfletos de Lutero.
Johann perguntou se os panfletos eram de autoria do
acusado.
Lutero respondeu:
"Sim, são meus. Minhas mensagens estão fundamentadas
nos textos da Bíblia, não confio nem no Papa tampouco
em seus conselhos, uma vez que estão errados. Me baseio
unicamente na Palavra de Deus. Não me retratarei sobre
meus atos. Não farei nada contra a minha consciência.
Que Deus me ajude."
Lutero aguardaria o veredito em seus aposentos. Reuniões
particulares se realizaram. Frederico, o Sábio sentiu que
havia ali uma conspiração para que o Imperador Carlos V
atingisse a maioria dos votos para levar Lutero para
a fogueira.
Ao perceber a conspiração, Frederico III, o Sábio
ajudou Martinho Lutero a fugir da cidade de Worms. Mas
tinha um detalhe: se Lutero voltasse para sua casa,
certamente seria preso pelas tropas do imperador. Então
o que fazer? O príncipe amigo elaborou um plano maluco:
Frederico enviou homens encapuzados para
sequestrar Lutero e isolá-lo no castelo de Wartburg.
Ninguém sabia do paradeiro de Lutero a não ser o príncipe
e seus soldados fiéis.
O imperador Carlos V declarou Lutero um fora-da-lei.
Qualquer um que o visse estava autorizado a matá-lo
em nome do imperador. Quem viesse a dar abrigo para
Lutero seria considerado um criminoso.
Durante mais de um ano Lutero permaneceu no Castelo de
Wartburg escondido. No começo entrou em profunda
depressão. Mas depois venceu o mal com orações em muita
fé em Jesus Cristo. Lutero passou o tempo de solidão
traduzindo o novo testamento do latim para o alemão.
Quando a tradução estava pronta, Lutero saiu secretamente
do Castelo e rumou para Wittenberg. Durante meses ficou
escondido em casas de amigos. Com o passar dos meses,
vários soldados do exército da Saxônia se converteram
à nova igreja e tornou-se impossível para o imperador
Carlos V capturar o rebelde cristão. Lutero passou a
andar livremente pelas ruas de Wittenberg.
Poucos dias após sua chegada uma revolta de camponeses
contra a igreja católica e o império se iniciou. O
imperador acionou o exército e mais de seis mil pessoas
morreram. Lutero se posicionou contra a revolta porque
a violência não é saída. Foi um massacre. Com fim da guerra
o governo imperial se tornou mais tolerante ao movimento
luteranista, principalmente por Martinho Lutero ter sido
contra a revolta sangrenta.
Parte 5
Em 1523 Martinho Lutero casou com a freira Catarina
Von Bora. Ela tinha 26 anos e Lutero 41. Após o casamento
o casal teve vários filhos e filhas. A ideologia
protestante pregava o fim do celibato e vários ex-padres
e ex-freiras se casaram.
Nos anos seguintes Martinho Lutero organizou a então
Nova Igreja Evangélica Protestante. A nova doutrina
era sempre fundamentada em princípios bíblicos buscando
ficar o mais semelhante possível às primeiras igrejas
cristãs do tempo de Paulo Apóstolo.
Em 1532 foi assinado um acordo de paz conhecido como
Paz de Nuremberg, onde o governo do
Império Romano-Germânico reconhecia a Igreja Luterana
como uma religião legítima. O imperador não teve saída,
pois vários príncipes do Conselho Imperial haviam se
tornado protestantes. Guerras ocorreram e o imperador
precisava que os príncipes enviassem dinheiro e soldados.
Os príncipes e os soldados eram protestantes, dessa
maneira, o imperador se viu obrigado a aceitar a nova
igreja e deixaria de perseguir os protestantes. O povo
luterano evangélico finalmente conseguiu a tão esperada
vitória.
Parte 6
Lutero agora se via numa luta contra o tempo. Ainda em
vida queria entregar a Bíblia inteira traduzida. Em
1534 finalmente foi impressa a Bíblia inteira em alemão.
Além da Bíblia, era importante determinar as regras
da doutrina evangélica. Tais regras romperam para
sempre com dogmas católicos.
O batismo seria feito pela vontade própria do cristão
fiel, abolindo assim o batismo em bebês. O pastor poderia
casar e ter filhos. Santos foram considerados idolatria
e foram retirados das igrejas. A missa era falada na
língua do povo e não mais em latim. As indulgências foram
definitivamente proibidas.
Lutero escreveu inúmeros panfletos e livros. Mas a
grande controvérsia em sua vida foi um panfleto em
que ele falava mal dos judeus. Ora, todos nós sabemos
que os judeus não acreditam que Jesus seja o salvador.
Isso não é motivo para expor um preconceito de maneira
tão virulenta como Lutero fez. O título do panfleto era
"Os Judeus E Suas Mentiras." Se uma criança judia cresce
ouvindo que a única verdade é aquela que está no Velho
Testamento, provavelmente essa criança seguirá a tradição
dos pais. Lutero foi muito infeliz ao publicar este
texto. Se nós queremos que nossa religião seja respeitada,
então devemos respeitar a religião dos outros.
Atualmente a Igreja Evangélica Luterana conedena de
maneira veemente tal texto absurdo. Devemos lembrar que
Lutero era humano e não um santo.
Martinho Lutero foi um herói, porque sem sua iniciativa
jamais teríamos direito a frequentar igrejas evangélicas.
Não haveria igreja evangélica alguma se não houvesse uma
revolução tão grandiosa como foi a revolução protestante.
A revolução mudou para sempre conceitos como o direito
universal à liberdade de expressão e religião.
A igreja católica promoveu uma contra-reforma modificando
vários pontos de sua doutrina. Hoje quando caminhamos
pela rua, vemos igrejas de várias denominações. É bom
lembrar que tudo começou em 1517 com aquele pedaço de
papel com a mensagem das 95 teses...
Lutero foi um homem que entregou sua vida a Jesus Cristo.
Sua fé era enorme e suas orações foram atendidas. Deus
não deixou Lutero sozinho na estrada da vida. Martinho
Lutero morreu em 1546 com a idade de 62 anos na mesma
cidade onde nasceu. Antes de morrer, Martinho sentiu
fortes dores no peito. Naquele momento ele sabia que
iria embora. Pouco antes de falecer ainda teve tempo
de agradecer à Deus e fazer uma oração. Três de seus
filhos estavam presentes e estes choraram em desespero.
Naquele dia foi embora deste mundo um cordeiro de Jesus
Cristo, um homem muito querido.
Encerramento
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de estudar teologia.
Programa Evangelho Eterno com o missionário Antônio Aparecido Antunes - Todas as quartas-feiras das 20:00 às 21:00 (horário de Manaus) http://www.fmpositiva.com.br/
